A resposta é, no meu juízo, clara como água. Um contundente SIM.
Olhando a nossa sociedade, ainda que de forma abstracta, percebemos claramente que são tomadas iniciativas a nível legislativo que modelam a convivência social. Além das medidas legislativas, são tomadas outras tantas posições que nos afectam globalmente. Isto é: estando inseridos numa sociedade e num Estado de Direito, somos afectados por um rol de medidas que nos tocam particularmente. Umas mais sensíveis, outras não tanto. Umas mais dirigidas a uns que a outros. Mas nelas tem de haver um denominador comum: o profundo sentido de justiça.
Além do sentido de justiça, elas deverão ser morais e condizentes com os nossos profundos valores, já enraizados.
Uma lei não deve ser injusta nem imoral. Nem deve tão pouco ser contrária à nossa história, às nossas raízes, aos nossos valores.
Não obstante, têm sido tomadas medidas legislativas ou têm sido consideradas moções e projectos que são manifestamente contrárias à doutrina católica e, por consequência directa, aos cristãos. Diria mais: aos não cristão também. A todos.
Dizia um Padre amigo que mais grave que um Governo discordar da doutrina da Igreja, será o profundo desprezo que por ela nutre. E aqui, meus caros, tire cada um as suas ilacções.
Por outro lado, sabemos [não estamos a dormir] que a denominada Esquerda partidária, assume (ainda que pela sua natureza doutrinária) posições completamente antagónicas à doutrina da Igreja. É um elemento histório e não passível de discussão. Sempre foi assim e sempre será.
Assistimos já à aprovação da legalidade do aborto. Actualmente discutimos o casamento de homossexuais. Virá a terreiro a adopção por casais homossexuais (julgam que a questão está esquecida ?). Segue-se ainda a eutanásia. Mas não ignoremos a Direita partidária. Fico pasmo no que desta vejo e ouço.
Se formos objectivos e concretos, verificamos que são temas profundamente polémicos, duros e que tomam de assalto qualquer consciência. Ou deveriam tomar ...
Certo é que são temas reais e actuais.
Bom, e aqui se coloca a questão: o que devem fazer os cristãos ?
Deverão calar-se e passivamente deixar que outros tomem as decisões que afectam toda a sociedade ?
Deverão manter-se calmos e tranquilos ou manter conivência com temas que nos são tão desfavoráveis ?
Deverão manter uma postura passiva ou conivente ?
Deverão calar ao mundo a sua qualidade de cristãos ?
Deverão ignorar que se o são tal se deve à profunda graça recebida por Deus ?
Deverão ser ignorantes e baixar as armas possibilitando que os demais ajam de acordo com as suas convicções ?
Não irei responder por vós.
Mas deixo aqui plasmado o meu pensamento. Não, não deverei ser ignorante ao ponto de ignorar que sou chamado a defender o meu Cristo em qualquer circunstância e seja contra quem for. Não, não ficarei calado ou quieto permitindo que os outros decidam por mim. Não, não baixarei as armas mas antes as erguerei. Não, jamais manterei uma postura passiva. Não, não calerei ao mundo que sou cristão e defenderei a minha [nossa] Igreja Católica em qualquer circunstância. E SIM, farei como o nosso Padre nos ensinou: sejamos úteis e deixemos rasto.
Sim, entendo que os cristãos são chamados a ter opinião e deverão ser competentes. COMPETENTES!
Sim, entendo que os cristãos deverão estar unidos nas suas comunidades e nelas fazer apostolado. Sim, entendo que os cristãos deverão escutar a Igreja e agir de forma consentânea. Sim, espero e desejo que todos os cristãos assumam a sua valentia e não se assustem com os lobos. Lembrem os mais sensíveis que Deus não perde batalhas e não deixa que os seus as percam. Por útimo, lembremos São Josemaría: Deus e audácia ! Nãos nos percamos.
Uma última nota: este blogue foi pensado para transmitir o pensamento de São Josemaría. Não cedo um milímetro desta pretensão. Assim se manterá.
Mas, ao mesmo tempo, não podeis esquecer que o Autor deste blogue é um homem, um homem deste mundo, com opiniões críticas. É um homem chamado à Santidade [todos somos] e à competência. Um homem que não pode ignorar o seu tempo. Um homem chamado a deixar rasto.
São Josemaría afirmou nunca ter falado de política. Mas nunca proibiu os seus filhos de serem livres. E eu, meus caros, sou livre.
Livre para defender Cristo e a Igreja.
Livre para ser crítico.
Livre para evangelizar.
Livre para falar das injustiças e tomar parte nas justiças.
Livre para tomar parte nos temas que a sociedade me e nos coloca.
Livre para opinar e divergir. E livre para convergir.
Sou livre para ser competente. Sou livre para não temer. Sou livre para combater. E combater pela palavra, pelo pensamento e na convergência da nossa doutrina. Livre para Jesus Critso.
Por isso, em nenhum momento me assalta o pensamento de "deixa estar... nada podes fazer... o que podes tu fazer ... tem cuidado...". Bem pelo contrário. Jesus Cristo foi um provocador do mundo. Veio atrás de mim provocar-me e tirar-me do meu aburguesamento. Como provocou São Paulo. Como provoca cada um de nós. Jesus veio provocar e fazer de nós, homens e mulheres, pessoas desistaladas. Por isso, desinstemo-nos da nossa miséria, da nossa "paz", do nosso sofá confortável e das nossas quietudes. Alerta!
Deus e audácia !
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