sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Católicos não gostaram

«Louvado sejas, ó Magalhães» motivou uma série de queixas na Entidade Reguladora. Alguns católicos não acharam graça à brincadeira da reprodução da homilia onde se bajulava o computador para crianças.
As queixas na ERC, Entidade Reguladora para a Comunicação, contra a sátira dos «Gato Fedorento» ao computador Magalhães chegaram ontem às 50.
«Nunca um programa, no caso, um sketche, recebeu um tão elevado número de cartas a contestá-lo», disse fonte da Entidade Reguladora ao Jornal de Notícias.
As queixas em relação à sátira feita ao computador Magalhães são todas no mesmo sentido: ofensa à Igreja Católica, mais concretamente, ao seus símbolos sagrados.
O sketche 'Louvado sejas, ó Magalhães' imita os rituais da missa, incluindo a entrega da hóstia pelo personagem de Ricardo Araújo Pereira, que na sátira substituí a expressão «Corpo de Deus» por «disco de Instalação».
É neste cenário que se ouve, ainda, um discurso que elogia o computador. Numa das falas, é dito: «Bendito seja Sócrates que nos reuniu em nome do Magalhães».

In Sol online

Vídeo: O burro e o pequeno Josemaria

Rete 4, uma cadeia de televisão italiana, emitiu um filme de banda desenhada sobre a juventude de São Josemaria Escrivá. Este fragmento mostra como o menino percebe o valor do trabalho constante ao ver trabalhar um burro (02’03’’).

Aqui: http://www.opusdei.pt/art.php?p=30382

Texto e link do site do Opus Dei

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Deixa lá e não te metas. São assuntos da minha Mãe.."

Há dias que tento colocar neste blogue uma estória ficcionada que me contaram a propósito da devoção a Nossa Senhora.
E a estória, bem humorada, resume-se ao seguinte:

Imaginemos que o Céu tem a forma de Castelo.

Ao longo dos tempos, São Pedro vai recebendo as almas que foram salvas. Com ele, vai anotando e riscando os nomes das almas num caderno próprio para o efeito.

Certo dia, apareceu-lhe Jesus.

E São Pedro diz-lhe: "Jesus, há qualquer coisa aqui que não bate certo. Tenho aqui os nomes das almas que se salvaram e, ao que consta, o Céu tem muitas mais. Não entendo o que se passa e algo está a fugir ao meu controlo". Ouvindo São Pedro, Jesus diz-lhe: "anda comigo".

São Pedro acedeu e foi com o Senhor ver uma parte do Castelo que ficava precisamente no lado oposto àquele em que recebia as almas cujos nomes estavam anotados. E São Pedro viu uma série de almas a subir as escadas do Céu. Almas essas cujos nomes não constavam no caderno. E reagiu: "Mas como é isto possível ?? Quem controla as coisas desta forma ?? Mas como é que estas almas estão a entrar no Céu ??"

Jesus respondeu: "Deixa lá e não te mestas. São assuntos da minha Mãe..."

domingo, 26 de outubro de 2008

Santos desta semana

27 de Outubro
Santos Vicente, Sabina e Cristeta [Mártires]
São Gonçalo de Lagos [Religioso]
28 de Outubro
Santos Simão e Judas [Apóstolos]
São Malchion [Presbítero]
29 de Outubro
São Narciso [Bispo]
Santa Ermelinda
Beato Miguel Rua [Religioso]
30 de Outubro
São Marcelo [Mártir]
São Cláudio e Companheiros [Mártires]
Santa Doroteia Swartz [Viúva e reclusa]
31 de Outubro
Santo Afonso Rodrigues [Religioso]
São Quintino [Mártir]
São Wolfgang [Bispo]
Santa Joana Delanoue [Fundadora]
01 de Novembro
Todos os Santos
São Benigno [Mártir]
02 de Novembro
Comemoração dos Fiéis Defuntos
São Malaquias [Bispo]
Beato Pio Campidelli [Religioso]

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fedores

"Chegou-me ao conhecimento de que um programa de televisão que se considera a si mesmo humorista emitiu no Domingo passado uma paródia à idolatria promovida sistematicamente pelo governo Sócrates, concretamente, ao tão propalado computador Magalhães. Mas fê-lo ridicularizando aquilo que há de mais sagrado para os católicos, a saber, a Eucaristia e a Palavra de Deus: o computador fazia de sacrário, um actor vestido de batina lia uma Bíblia trocando as palavras do texto sagrado e terminava distribuindo na boca dos “fiéis” CD-ROMS como se tratara da Sagrada Comunhão.
Não se poderá negar que para muitos espíritos as novas tecnologias informáticas constituem uma nova religião idolátrica dotada de novos cultos e ritos e que o primeiro-ministro com a sua fervorosa propaganda se apresenta como um novo messias salvador da pátria. Neste sentido poder-se-ia entender o referido programa, apesar das emburrecidas irreverências, como um alerta para o perigo da subversão da verdadeira religião.
Não obstante, o facto de os protagonistas não serem católicos praticantes aliado ao ar ridículo do suposto sacerdote e à leviandade de toda a apresentação poderão significar um desprezo sacrílego de Deus presente na Eucaristia e na Sua Palavra. Ou poderá ter-se tratado, também, de uma prova para testar a reacção ou a ausência dela da parte dos católicos para depois avançar para troças mais directas, isto é, não já como pretexto mas como fim.
Seja como for quem pretende ser humorista deve ter a consciência de que o cómico não é a realidade última a que tudo o demais estaria submetido e que por isso deve limitar-se respeitando o Sagrado ou se quisermos rejeitando ofender a dignidade humana daqueles que têm determinadas realidades por Sobrenaturais. O Sagrado não deve ser instrumentalizado.
Os católicos são cidadãos de pleno direito que podem e devem exprimir a sua opinião defendendo com vigor aquilo em que acreditam. Neste caso poderão fazê-lo para a Entidade Reguladora para a comunicação social ou para os patrocinadores publicitários do programa, advertindo-os da disposição em boicotar a compra dos seus produtos ou serviços, caso persistam em financiar o programa.
Garantiram-me que a Rádio Renascença faz publicidade ao dito programa. Desta rádio podem dizer-me tudo e muito mais que já nada me espanta. Se for verdade poderão também comunicar-lhes a vossa opinião e também para os proprietários dessa estação emissora.
Uma pergunta final. Seriam capazes de fazer algo de semelhante o Alcorão ou com Maomé?"
Nuno Serras Pereira in blogue "relances".
22. 10. 2008

Nota: Os católicos, querendo, podem aceder ao blogue www.relances.blogspot.com do Cláudio Anaia e, querendo, clicar no link que acede à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, podendo apresentar queixa.

domingo, 19 de outubro de 2008

Essa autenticidade do amor requer fidelidade e rectidão em todas as relações matrimoniais. Deus, comenta S. Tomás de Aquino, uniu às diversas funções da vida humana um prazer, uma satisfação; esse prazer e essa satisfação são, por conseguinte, bons. Mas se o homem, invertendo a ordem das coisas, busca essa emoção como valor último, desprezando o bem e o fim a que deve estar ligada e ordenada, perverte-a e desnaturaliza-a, convertendo-a em pecado ou em ocasião de pecado.
A castidade - não a simples continência, mas a afirmação decidida de uma vontade enamorada - é uma virtude que mantém a juventude do amor em qualquer estádio da vida. Existe uma castidade dos que sentem despertar neles o desenvolvimento da puberdade, uma castidade dos que se preparam para se casarem, uma castidade dos que Deus chama ao celibato, uma castidade dos que foram escolhidos por Deus para viverem no matrimónio. Como não recordar aqui as palavras fortes e claras que a Vulgata conserva, da recomendação que o Arcanjo Rafael fez a Tobias antes de desposar Sara? O Anjo admoestou-o deste modo: Escuta-me e mostrar-te-ei quem são aqueles contra quem o Demónio pode prevalecer. São os que abraçam o matrimónio de tal modo que excluem Deus de si e da sua mente e se deixam arrastar pela paixão como o cavalo e o mulo que carecem de entendimento. Sobre esses, o Diabo tem poder. Não há amor claro, franco e alegre no matrimónio, se não se vive essa virtude da castidade, que respeita o mistério da sexualidade e o ordena à fecundidade à entrega. Nunca falei de impureza e evitei sempre descer a casuísticas mórbidas e sem sentido; mas de castidade e de pureza, da afirmação jubilosa do amor, falei muitíssimas vezes e devo continuar a falar.

Pelo que respeita à castidade conjugal, asseguro aos esposos que não devem ter medo de manifestar o seu carinho; pelo contrário, essa inclinação é a base da sua vida familiar. O que o Senhor lhes pede é que se respeitem mutuamente e que sejam mutuamente leais, que actuem com delicadeza, com naturalidade, com modéstia. Dir-lhes-ei também que as relações conjugais são dignas quando são prova de verdadeiro amor e, portanto, estão abertas à fecundidade, aos filhos. Secar as fontes da vida é um crime contra os dons que Deus concedeu à humanidade e uma manifestação de que é o egoísmo e não o amor, o que inspira a conduta. Então tudo se turva, porque os cônjuges acabam por se olharem como cúmplices; e produzem-se entre eles dissenções que, continuando nessa linha, são quase sempre insanáveis. Quando a castidade conjugal está presente no amor, a vida matrimonial é expressão de uma conduta autêntica, marido e mulher compreendem-se e sentem-se unidos; quando o bem divino da sexualidade se perverte, destrói-se a intimidade e marido e mulher já não podem olhar-se nobremente, cara a cara.Os esposos devem edificar a sua convivência sobre um carinho sincero e puro, e sobre a alegria de ter trazido ao mundo os filhos que Deus lhes tenha dado a possibilidade de ter, sabendo, se for necessário, renunciar a comodidades pessoais e tendo fé na Providência divina. Formar uma família numerosa, se tal for a vontade de Deus, é uma garantia de felicidade e de eficácia, embora afirmem outra coisa os defensores de um triste hedonismo.

Em "Cristo que passa", ponto 25

Santos desta semana

20 de Outubro
Santa Maria Bertila Boscardin [Religiosa]
Beato Contardo Ferríni [Leigo]
Santa Iria [Mártir]
São Caprásio [Mártir]
21 de Outubro
Santo Hilarião [Eremita]
Santa Úrsula e as Onze mil Virgens
São Gaspar del Búfalo [Fundador]
22 de Outubro
Beata Josefina Leroux e Companheiras [Mártires]
Santo Abércio [Bispo]
Santa Salomé [Mãe de S. Tiago e S. João Evangelista]
Santa Nunilona e santa Alódia [Mártires]
23 de Outubro
São João de Capistrano [Viúvo e religioso]
santos Servando e Germano [Mártires]
Beato Arnulfo Reche [Religioso]
24 de Outubro
santo António Maria Claret [Bispo]
São Proclo [Bispo]
Beato José Baldo [Fundador]
25 de Outubro
Santos Crispim e Crispiniano [Mártires]
São Crisanto e Santa Daria [Mártires]
Beato Luís Guanella [Fundador]
São João Stone [Mártir]
26 de Outubro
Santo Evaristo [Papa]
Beato Boaventura de Potenza [Religioso]

sábado, 18 de outubro de 2008

Acreditai que é mera coincidência

Acreditai que é mera coincidência.
Está em voga (apenas abafado pela crise financeira) o tema do casamento homossexual. Chumbado (nesta legislatura) pela AR, o tema promete voltar em 2009.
Mas curiosamente, em horário nobre, as televisões passam novelas e séries cuja mensagem é tão simples quanto esta: habituai-vos à ideia. E mudem a cultura e a educação que receberam que são absolutamente anacrónicas.
Ora nem mais. E para dar uma ajudinha aos novos valores, eis que a TV se junta à festa.
Assim, a TVI transmitiu uma novela, onde dois rapazes que trabalhavam numa loja de roupa e adereços descobriram o amor entre si. Um terceiro fê-los ver que era normal e natural e que deveriam lutar contra o preconceito. Por fim assumiram a relação homossexual.
Por outro lado, li numa primeira página de uma revista há dias, enquanto esperava para pagar combustível, que numa outra novela duas personagens do mesmo sexo acabariam juntas.
Por fim, na nova novela da TVI, um dos temas abordados são os inexistentes direitos sucessórios de um homossexual, por morte do companheiro.
Também há dias, a SIC (creio...) transmitiu um programa de Ana Bola e Maria Rueff onde uma convidada [que fazia de cliente] disse ir a um casamento homossexual a Badajoz.
Meus caros, sem ironia:
Sinto que passa actualmente, com o propósito do horário nobre para colher a atenção de milhões de jovens e adultos, uma forte tentativa [de quem não sei, mas suspeito] de fazer de nós tontos ao ponto de querer e incutir uma mentalidade diferente. Pretende-se que os jovens cresçam num mundo em que os valores são outros, diferentes daqueles que os nossos pais e avós nos ensinaram. Aos demais [os menos jovens] a aceitar que a homossexualidade como algo muito natural. Objectivamente, o fim último pretendido com isto é o casamento homossexual. Tá claro ?
Questiono o porquê da pretensão. Regime fiscal ? Direito sucessório ?
Findo, transcrevendo parte da entrevista que o Cardeal Saraiva Martins deu ao Expresso de hoje sobre o casamento gay:
"Sou radicalmente contrário. Não faz sentido. Deus criou o homem e a mulher diferentes, seres que se completam um ao outro. Ninguém tem o direito de profanar esta harmonia. Digo sempre, referindo-me à formação dos filhos dos casais homossexuais, que um menino ou uma menina, para serem bem formados, têm de ter uma mãe e um pai e não dois pais ou duas mães".

Jovens católicos defendem Catedral de uma invasão de abortistas

BUENOS AIRES, 17 Sep. 08 / 06:02 pm (ACI).
Imágenes en video difundidas a través del sitio web YouTube.com confirmaron la ferocidad de las abortistas que participaron en el último Encuentro Nacional de Mujeres celebrado en Neuquén. Las manifestantes arremetieron con insultos e improperios contra los jóvenes católicos que protegían la Catedral de Neuquén.
As imagens estão no blogue Fiat Lux [link do blogue está ao lado direito].
Faz muito bem vê-las e perceber quem é quem neste mundo. De um lado os jovens católicos defendendo a sua Catedral com a maior das armas: a oração do terço. Do outro, as provocações (vejam as provocações e injúrias de que foram alvos) de pessoas descompensadas, descontroladas. Serenos, resistiram à violência sem ousar usar da mesma. Mas resistiram rezando Avé-Maria vezes sem conta o que, pelas imagens, perturbou e derrotou o interior das abortistas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Homilia do Vigário Regional do Opus Dei em Portugal no 80º aniversário

Missa solene presidida por Mons. José Rafael Espírito Santo no passado dia 2 de Outubro (Oratório de S.Josemaria – Lisboa)
Neste dia, bem agarrados à Nossa Mãe do Céu, queremos como Ela glorificar o Senhor e que todo o nosso ser exulte de alegria em Deus, Nosso Salvador, proclamando em profunda acção de graças as maravilhas que Ele tem realizado desde há 80 anos. No dia 2 de Outubro de 1928, Deus depositou no coração de S. Josemaria a semente divina do Opus Dei, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos do cristão, e abriram-se então os caminhos divinos da terra; melhor: Deus interveio mais uma vez na história da humanidade, servindo-se para tal de um instrumento fidelíssimo, S. Josemaria, para mostrar de um modo concreto toda a força do Evangelho, e assim continuar a abrir os caminhos que o próprio Cristo, Deus feito homem, desbravou com o seu caminhar humano e divino pelas terras da Palestina.
A nós, cristãos, Jesus confiou-nos a continuação da sua missão: “Segue-me”, “ide por todo o mundo e proclamai a Boa Nova”, que é como se nos dissesse: abri esta terra ao Amor, à Beleza, ao Bem, mostrai a todos quanto Eu os amo; que todos saibam que são chamados a ser filhos de Deus e que todos os seus anseios nobres de construir um mundo melhor, todas as suas alegrias e dores, todos os seus amores, são os meus anseios, alegrias, dores e estão incluídos no meu Amor infinito; manifestai esse algo divino que está escondido em todas as realidades humanas boas e ajudai todos a serem santos.
É Deus Quem intervém; o Opus Dei desde o seu primeiro instante não é uma invenção humana de S. Josemaria fruto de uma preocupação louvável pela situação do mundo de então; o “Opus” é verdadeiramente “Dei”, de Deus e assim tem de continuar: não queremos fazer a nossa obra, mas a de Deus, a que Deus fez ver ao nosso queridíssimo Fundador, faz hoje 80 anos.
O Papa Bento XVI, por ocasião da Canonização de S. Josemaria, (então Cardeal Ratzinger), dizia a este propósito: “Josemaria Escrivá não se considerava “fundador” de nada, mas apenas uma pessoa que quis cumprir a vontade de Deus, seguir a sua acção, a obra – precisamente – de Deus. Neste sentido, o teocentrismo de Escrivá de Balaguer, coerente com as palavras de Jesus, significa esta confiança no facto de que Deus não se retirou do mundo, que Deus age ainda agora e nós devemos apenas pôr-nos à sua disposição, estar disponíveis, ser capazes de reagir à sua chamada, o que é para mim uma mensagem de grandíssima importância” (Cardeal Joseph Ratzinger, L'Osservatore Romano, 5 de Outubro de 2002).
Gostaria que hoje esta convicção de que Deus age agora no mundo e que espera encontrar em nós a disponibilidade do nosso amor ficasse gravada no nosso coração e nos ajudasse a dar um novo impulso apostólico à nossa existência quotidiana. Para tal, podemos mais uma vez considerar aquelas ideias que S. Josemaria queria que estivessem gravadas a fogo no nosso íntimo. Como recordamos, dizia S. Josemaria em 1934:
1. A Obra de Deus vem cumprir a Vontade de Deus. Portanto, tende uma profunda convicção de que o Céu está empenhado em que se realize.
2. Quando Deus Nosso Senhor projecta alguma obra em favor dos homens, pensa primeiro nas pessoas que há-de utilizar como instrumentos... e comunica-lhes as graças convenientes.
3. Essa convicção sobrenatural da divindade do empreendimento acabará por dar-vos um entusiasmo e um amor tão intenso à Obra, que vos sentireis ditosíssimos sacrificando-vos para que se realize (Citado em Josemaria Escrivá, Fundador do Opus Dei, Vol I, p. 521)).
A Obra de Deus vem cumprir a Vontade de Deus. Portanto, tende uma profunda convicção de que o Céu está empenhado em que se realize. Como vem no Caminho (n. 942), não somos somente almas que se unem “a outras almas para fazer uma coisa boa. Isso é muito..., mas é pouco. – És o Apóstolo que cumpre um mandato imperativo de Cristo”. Por isso, sabemos que não estamos sozinhos: temos o Céu connosco. “Vou enviar um Anjo à tua frente, para que te proteja no caminho e te conduza ao lugar que preparei para ti. Respeita a sua presença e escuta a sua voz não lhe desobedeças. (...) se ouvires a sua voz e fizeres tudo o que Eu te disser, serei inimigo dos teus inimigos e perseguirei os que te perseguirem. O meu Anjo irá à tua frente” (cf. Ex 23, 20-23a).
O Céu está empenhado, aqui e agora, em que como parte viva da Igreja o Opus Dei semeie paz e alegria em todos os ambientes da sociedade; que mostre como o Deus vivo e verdadeiro é isso mesmo: vivo e verdadeiro e não se ausentou da história da humanidade nem da história pessoal de cada um de nós; o Céu, portanto, Deus, todos os Anjos e todos os santos estão ao nosso lado para nos ajudar a colocar Cristo no cume de todas as actividades humanas, e ser fonte de luz para as inteligências, de calor para os corações, de graça para as almas; o Céu insta-nos a defender a autêntica doutrina da Igreja, sendo baluarte da dignidade da pessoa humana, salvaguarda do verdadeiro humanismo na sociedade, de justiça social, de defesa dos direitos de cada um, principalmente dos mais desfavorecidos diante das prepotências dos que pretendem impor os contra-valores da cultura dominante.
Mas o Opus Dei não é uma enteléquia ou uma entidade etérea; a missão que Deus confia à Obra não se realiza independentemente das pessoas concretas que Deus escolhe: o Opus Dei somos cada um de nós, os que Deus chama a viver este espírito como razão de ser da nossa vida (portanto: os que pertencemos ao Opus Dei) e os que encontram no calor da família que é a Obra o alimento para viver a sua fé nas circunstâncias correntes do dia-a-dia (os cooperadores e todos os que participam nos meios de formação); o Opus Dei, com palavras do Padre, D. Javier Echevarría, será o que forem as nossas vidas. Somos os instrumentos com os quais Deus quer contar para continuar a abrir os caminhos divinos da terra. E temos a convicção de que Deus pensou em nós e nos comunica as graças convenientes. Para tornar presente na terra o Opus Dei, assim como contou com S. Josemaria, Deus, de um modo ou de outro (a uns dando-lhes a vocação, a outros dando-lhes a ajuda que necessitam para a sua vida de fé), conta com todos e cada um: cooperadores, cooperadoras, raparigas e rapazes que frequentam os meios de formação da Obra de S. Rafael, Numerários, Numerárias, Numerárias Auxiliares, Agregadas, Agregados; Supranumerários, Supranumerárias. Basta que deixemos que Deus actue: “Deus age ainda agora e nós devemos apenas pôr-nos à sua disposição, estar disponíveis, ser capazes de reagir à sua chamada”, como ouvíamos com palavras do Santo Padre.
Esse estar disponíveis, pôr-se à disposição de Deus, é o que se resume na terceira ideia que S. Josemaria queria gravar a fogo na nossa alma: “Essa convicção sobrenatural da divindade do empreendimento acabará por dar-vos um entusiasmo e um amor tão intenso à Obra, que vos sentireis ditosíssimos sacrificando-vos para que se realize”.Entusiasmo, amor, alegria; é o reconhecimento da bondade de Deus que há-de empapar a nossa correspondência: unir-nos à Paixão e Ressurreição de Cristo, sacrificar-nos com uma alegria que enche a alma para que a Redenção chegue a todos os corações. Oxalá sejamos capazes de reagir ao chamamento que Deus agora nos dirige, e que cada um há-de escutar no fundo do coração: maior constância e amor nas nossas orações; melhor aproveitamento dos meios de formação resolvendo sempre as mil e uma dificuldades que surgem na nossa vida agitada (porque só assim é que adquiriremos a preparação necessária para travar as batalhas de Deus); mais generosidade e disponibilidade na vida familiar, moldando a nossa maneira de ser para tornar a vida mais agradável aos outros; exigência e competência no trabalho, ao mesmo tempo tornando o ambiente profissional mais humano e não permitindo que o trabalho se sobreponha à família e à vida espiritual; amizade mais profunda e sincera com quem convivemos, propondo-nos objectivos concretos para que também eles encontrem Deus no caminho da sua vida.Oração, amizade, entrega aos outros, trabalho; alegria, com um sorriso, amando este mundo e todos os que nele habitam: desse modo não haverá obstáculos que não possamos ultrapassar. Ouvíamos na segunda Leitura: “foi precipitado o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro e à palavra do testemunho que deram, desprezando a própria vida, até aceitarem a morte. Por isso, alegrai-vos, ó Céus, e vós que neles habitais” (Ap 12, 7-12a). A vitória do amor é certa graças ao sangue do Cordeiro (vida interior, frequência dos sacramentos: Eucaristia, Confissão) e ao testemunho da nossa entrega (amizade, trabalho, alegria).
A celebração deste aniversário decorre em pleno Ano Paulino. Um ano que devemos viver seguindo de perto o Santo Padre, e procurando alcançar um novo ardor apostólico. É a nossa missão: a que Deus confia à Igreja e que se concretiza nesta porção de povo de Deus que é o Opus Dei. Olhamos para S. Paulo, mas não podemos esquecer que quem mudou o mundo de então não foi S. Paulo, sem dúvida uma figura extraordinária e ímpar, mas sim todos os primeiros cristãos, pessoas normais e correntes, sem qualidades especiais, com a sua vida aparentemente intranscendente, movidos pelo fogo que transbordava do coração de Paulo. Por isso, se o exemplo de S. Paulo nos poderia parecer inalcançável para nós, já não é o dos nossos primeiros irmãos da fé, e também a nós chega aquele ardor evangelizador que transbordava da vida do Apóstolo das gentes e que nos há-de ajudar a tornar presente hoje de novo o fogo do Pentecostes.
De Paulo podemos aprender o que significa que o Céu está empenhado (“chamado a ser Apóstolo de Jesus Cristo, por vontade de Deus”, I Cor 1, como dizia de si próprio); que temos as graças convenientes (“não eu, mas a graça de Deus que está comigo” I Cor 15,10, afirmava noutra ocasião); e o sentir-nos ditosíssimos quando nos sacrificamos para corresponder ao que Deus nos pede (Paulo que tinha passado por tantas tribulações e afirmava “Eu, agora, alegro-me nos meus sofrimentos por vós e completo na minha carne o que falta à Paixão de Cristo pelo Seu corpo, que é a Igreja” Col, 1, 24). E a todos convidava a segui-lo: “Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores (I Cor 4, 16) “E vós também alegrai-vos e congratulai-vos comigo” (Fil 2, 17-18). Procuremos ser imitadores de Paulo, não regateando com Deus quando quer apoiar-se mais em nós para servir as almas.Vamos pedir a S. Josemaria que saibamos corresponder na nossa vida corrente com a generosidade com que ele o fez..
Termino, pondo aos pés da Nossa Mãe do Céu, a Senhora de Fátima, a Rainha de Portugal todos os nossos bons desejos de fidelidade. Neste Ano Mariano de acção de graças pela concessão da Prelatura pessoal e pelos 80 anos do Opus Dei, iremos a Jesus por Maria. O Padre, D. Javier Echevarría, sugeriu que como manifestação da nossa acção de graças fizéssemos uma romaria também nestes meses de Outubro e Novembro. Que cada um e cada uma a faça com espírito de adoração, acção de graças e que signifique um reafirmar mais firme da nossa correspondência; Meu Deus, pelas mãos da Nossa Mãe, aqui estou: conta comigo!
Site do Opus Dei

Nota: itálico do Autor deste blogue.
Em tempos recentes escrevi que seria magnífico que o site da Obra publicasse a extraordinária homilia feita por Monsenhor José Rafael Espírito Santo. Assim foi. Exorto a todos os leitores do Sulco a leitura atenta e pausada deste texto.
Caminhante

Igreja: "Tem de haver referendo para a eutanásia"

O Cardeal Saraiva Martins diz que "tem de haver um referendo para a eutanásia" e recusa a ideia dos deputados poderem legislar nesta matéria.
Manifestando-se contrário à possibilidade de ser legalizada a eutanásia, afirma que os parlamentares não representam neste assunto a vontade da maioria dos portugueses.
Antigo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Saraiva Martins, agora com 76 anos, continua a fazer parte do círculo mais próximo do Papa Bento XVI.
A propósito da canonização do beato Nuno Álvares Pereira, o cardeal deixa em aberto a possibilidade de tal ser realizar durante uma visita papal ao nosso País.
Em Expresso online

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Moral de uma história imoral

Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case!
A disparatada ideia de um matrimónio indissolúvel esteve em voga nos últimos dois mil anos. Modernamente, achou-se que era muito monótono um casamento para sempre e, por isso, inventou-se o casamento a prazo, ou seja, precário.
Ao princípio, a lei entendia dever proteger os interesses dos filhos e do cônjuge contra os quais era pedido o divórcio. Mas como um tal conceito de culpa ou de responsabilidade parecia contrário à moralidade laica, entenderam agora os deputados que o matrimónio deve ser revogável em qualquer caso, mesmo a pedido do cônjuge faltoso. Esta moderna liberdade democrática mais não é, portanto, do que uma nova versão do antigo repúdio. A possibilidade do despedimento do cônjuge, sem necessidade de nenhuma razão, não tem contudo paralelo na legislação laboral, onde se exige que a entidade patronal seja mais respeitosa dos direitos dos seus assalariados. Quer isto dizer, em poucas palavras, que o patrão pode agora mandar bugiar a sua patroa sem necessidade de se justificar e até mesmo depois de a ter sovado, mas já não pode despedir com a mesma liberalidade a sua secretária, pois, para um tal desatino, a lei exige-lhe uma justa causa. A incongruência entre os dois regimes legais é de feição a concluir que o Estado prefere as empresas às famílias; ama mais o lucro do que a moral. Mas também ensina que quem quiser uma duradoira relação pessoal deve optar pelo contrato de trabalho e nunca pelo matrimónio, do mesmo modo como quem pretenda um vínculo contratual facilmente rescindível deve casar-se e nunca enveredar por um contrato laboral. Quer estabelecer uma relação estável, com uma pessoa do outro sexo, contando para o efeito com todas as garantias legais? Pois bem, estabeleça com essa pessoa um contrato de trabalho e fique descansado, porque o Estado vai assegurar o fiel cumprimento desse pacto, ao contrário do que aconteceria se com ela casasse, porque o matrimónio é um vínculo tão precário que nem sequer se necessita nenhuma razão para proceder à sua extinção. Se o problema é, pelo contrário, conseguir uma pessoa que assegure o serviço doméstico, sem perder a possibilidade legal de a despedir se a sua prestação não for satisfatória, mesmo que a lei não contemple esse caso para a rescisão do respectivo contrato laboral, a solução é simples: recorra a uma pessoa do outro sexo e case-se com ela, pois mesmo que não tenha qualquer razão que justifique legalmente o seu despedimento, o Estado garantirá a possibilidade de dela se divorciar quando e como quiser.
Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case! Quer uma relação precária, de que se possa desembaraçar quando quiser e sem necessidade de nenhuma causa justa? Case, pois não há vínculo jurídico mais instável no sistema jurídico português! Moral desta história imoral: empregue a pessoa que escolheu para parceiro de toda a sua vida e case com a sua mulher-a-dias!
Gonçalo Portocarrero de Almada – Público, 20080920
Sacerdote, licenciado em Direito e doutorado em Filosofia

domingo, 12 de outubro de 2008

O Santo Evangelho deste Domingo

Publiquei em post anterior o Santo Evangelho deste dia.
Não o tinha lido antes da Eucaristia. E confesso que, ao ouvi-lo da boca do Sacerdote, muito me afectou.
É duro. Aliás, duríssimo. Forte, muito forte.

Há uns meses atrás ouvi uma homilia de um Sacerdote, o Padre Francisco. Ao ouvir este Evangelho, a minha memória como que automaticamente se direccionou para essa homilia. Recordo muito bem que o Padre Francisco disse. Disse, entre outras coisas, que por vezes os cristãos são confrontados com imagens de Jesus Cristo em que aparece o Senhor com um "ar" doce, meloso, quase a pedir "por favor" que o Homem o reconheça como Deus. E é verdade. Quantas imagens se nos aparecem assim. Mas pior que isso: pior que a imagem que vemos é aquela que fazemos.
Disse o Padre Francisco que Jesus é doce mas também muito duro. E bastará ler os Evangelhos para o concluirmos. Lembremos Jesus expulsando os comerciantes no Templo; ou meditemos no Evangelho de hoje; ou ainda em Lucas XII, 49 quando Jesus diz ter vindo trazer fogo e separação à terra.
Por feitio, sou pouco dado a imagens melosas. Prefiro uma imagem que me transmita algo mais que a doçura. A doçura de Deus, sei-a de cor. Ele amou-me primeiro.
Uma imagem tem de me transmitir muito mais. Tem de me transmitir paz e luta. Tem de ser mais agreste, rude. Tenho de olhá-la e perceber que o reino dos céus e a almejada santidade não se consegue do nada ou pela inércia. O caminho passa pela oração, pelo jejum e abstinência, pelo apostolado, pelo Amor (que não vejo como sentimento), pela caridade, pela pureza de coração, pela castidade, pelo cumprimento dos horários, pela santificação do trabalho, pelo "minuto heróico", pelo oferecimento do trabalho, do dia e das acções, pelos Sacramentos, epal negação das muitas paixões que se nos aparecem. Não esqueçamos a nossa comunidade cristã e o trabalho que nela podemos e devemos realizar. Há tanto caminho pela frente...
Jesus convida-nos à conversão. E muitas das vezes como que nos alerta de forma duríssima. Neste dia, através de uma parábola.

Meditemos no Evangelho de hoje e coloquemos em cima da balança a nossa vida corrente, as nossas atitudes, o nosso desenvolvimento espiritual, a nossa relação com o próximo. Jesus Cristo, nosso Deus, é doce e meigo. Perfeito e Amor. Mas não O confundamos com um Deus apático, inerte, que se contenta com "uma esmola nossa de quando em vez... só para O agradarmos". Nada disso. Jesus é duro e exigente para connosco. Jesus pede rebeldia. Dizia São Josemaría, confrontado por um garoto que se dizia rebelde, que rebelde era ele. Ser cristão a sério é ser rebelde, é lutar, é mortificar, é corrigir erros, é dar tudo. Enquanto escrevo reparo que me falta muito caminho. Porventura a ti também.

Findo. No post que coloco o Evangelho, coloco igualmente um comentário de Santo Agostinho. Meditemos igualmente nesse comentário.
Jesus Cristo é tão real e presente quanto eu estar neste momento a escrever no Sulco. E pede-me rebeldia. Diz-te o mesmo, já reparaste ?

Santos desta semana

13 de Outubro
Santo Eduardo III [Rei]
São Fausto e Companheiros [Mártires]
14 de Outubro
São Calisto I [Papa e Mártir]
Beata Madalena Panattieri
São João Ogilvie [Sacerdote]
15 de Outubro
Santa Teresa de Jesus [Doutora da Igreja]
Santo Eutímio, o Jovem [Eremita]
16 de Outubro
Santa Margarida Maria Alacoque [Religiosa]
São Leopoldo de Castelnovo [Sacerdote]
São Geraldo Majela [Religioso]
Santa Hedviges [Viúva]
São Guilherme de Malavalle e o Beato João Bom [Eremitas]
Beato Guilherme [Eremita]
17 de Outubro
Santo Inácio de Antioquia [Mártir]
Santa Solina ou Zélia
São Balduíno
Beato Gilberto [Monge]
18 de Outubro
São Lucas [Evangelista]
São Monon [Eremita]
19 de Outubro
São Pedro de Alcântara [Religioso]
Santos João de Brébeuf, Isaac Jogues e Companheiros [Mártires]
São Paulo da Cruz [Fundador]
Assim actua o Nosso Deus. Quando aquele filho regressa, depois de ter gasto o seu dinheiro, vivendo mal, depois - sobretudo - de se ter esquecido do pai, o pai diz: depressa, trazei aqui o vestido mais rico e vesti-lho e colocai-lhe um anel no dedo; calçai-lhe as sandálias. Tomai um vitelo gordo, matai-o e comamos e celebremos um banquete. O Nosso Pai, Deus, quando recorremos a Ele com arrependimento, tira riqueza da nossa miséria e força da nossa debilidade. Que preparará para nós, se não O abandonarmos, se O procurarmos todos os dias, se Lhe dirigirmos palavras carinhosas confirmadas pelas nossas acções, se Lhe pedirmos tudo, confiados na Sua omnipotência e na Sua misericórdia? Só por o filho voltar a Ele, depois de o atraiçoar, prepara um banquete. Que nos concederá, a nós, que procurámos ficar sempre ao Seu lado?Longe da nossa conduta, portanto, a lembrança das ofensas que nos tenham feito, das humilhações que tenhamos padecido - por mais injustas, grosseiras e rudes que tenham sido - porque é impróprio de um filho de Deus ter um registo preparado para apresentar depois uma lista de ofensas. Não podemos esquecer o exemplo de Cristo. Não se muda a nossa fé cristã como quem muda um vestido: pode enfraquecer ou robustecer-se ou perder-se. Com esta vida sobrenatural revigora-se a fé e a alma aterra-se ao considerar a miserável nudez humana sem o auxílio divino. E perdoa e agradece: meu Deus, se contemplo a minha pobre vida não encontro nenhum motivo de vaidade e menos ainda de soberba; só encontro abundantes razões para viver sempre humilde e compungido. Sei bem que a melhor nobreza é servir.
Em Amigos de Deus

Evangelho segundo S. Mateus 22,1-14.

Tendo Jesus recomeçado a falar em parábolas, disse-lhes: «O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer.
De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’ Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio. Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos. O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade. Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’ Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial. E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu. O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’ Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»
Comentário
Santo Agostinho
Que traje nupcial é esse de que nos fala o Evangelho? Tal traje é certamente algo que só os bons possuem, os que devem participar no festim [...].
O traje serão os sacramentos? O baptismo? Sem o baptismo, ninguém chega até Deus, mas alguns recebem o baptismo e não chegam a Deus [...] Será o altar, ou o que se recebe no altar? Mas ao receber o Corpo do Senhor alguns comem e bebem a sua própria condenação (1Co 11,29). Então será o quê, esse traje? O jejum? Também os maus jejuam. Será frequentar a igreja? Também os maus vão à igreja como os outros [...].
O que é então esse traje nupcial? Diz-nos o apóstolo Paulo: «O objectivo desta recomendação é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera» (1Tm 1,5). Eis o traje nupcial. Não se trata de um amor qualquer, porque por vezes vemos homens desonestos amar outros [...], mas não vemos neles aquela caridade autêntica «que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera»; ora, esta caridade é precisamente o fato de núpcias.«Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, diz o apóstolo Paulo, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine [...]. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor, nada sou.» (1Co 13,1-2) [...] Poderia ter tudo isto, disse ele; sem Cristo, «nada sou» [...]. Como são inúteis os bens, se um só deles nos faltar! Se não tiver amor, bem posso ter distribuir todos os meus bens, confessar o nome de Cristo e entregar o meu corpo para ser queimado (1Co 13,3), que de nada me aproveita, pois posso agir assim por amor da glória [...]. «Se não tiver amor, de nada me aproveita.» Eis o traje nupcial. Examinai-vos a vós próprios: se o tiverdes, aproximai-vos confiantes do banquete do Senhor.
Retirado do site Evangelho Quotidiano

sábado, 11 de outubro de 2008

Raquel

Raquel, 36 anos, cristã.
Desde cedo se inquietou. Inquietava-a a leitura das histórias dos Santos. Ao ler ou ao ouvir, Raquel olhava os Santos como pessoas muito queridas por Deus e a quem Deus havia dado um dom e uma graça muitíssimo especial.
Raquel não se revia naquelas histórias. A santidade, para Raquel, era inalcansável. Entendia que Deus não a amava como amara os Santos. E a vocação à santidade era algo impensável. No mínimo - entendia - não lhe era particularmente dirigida.
A inquietação aumentava quando na Santa Missa o pároco exortava a assembleia à santidade. Raquel sabia da sua mediocridade; sabia da sua miserabilidade; sabia da sua indignidade. Raquel frequentava os Sacramentos e cumpria com os preceitos da Igreja. Porém, era uma pessoa inquieta. Amargurava-se. "Nunca na vida conseguirei essa tal santidade. Não é para mim. É inalcansável" - pensava.

Um dia, Raquel tomou um café com um grupo de amigos. Nesse grupo, havia um elemento do Opus Dei. Joana não era íntima de Raquel. Não sabia da sua inquietação. Mas quis fazer apostolado. E fez. Convidou Raquel para a acompanhar a uma Recolecção da Obra. Ao início, Raquel hesitou e recusou.
Joana insistiu. Raquel recusou.

E nas insistências, houve maior proximidade que, sequencialmente, gerou maior intimidade. E então sim, Raquel disse a Joana da sua perturbação.
E foi assim que Joana percebeu que havia ali uma potencial vocação à Obra pois São Josemaría seria o Santo da sua pacificação.
Joana falou da Obra, do seu fundador e explicou que São Josemaría havia percebido que todos os homens e mulheres podiam ser santos e que essa santidade era alcansável na vida corrente.

Raquel pacificou e ali nasceu uma vocação.

Joana foi instrumento de Deus. E sendo instrumento fez apostolado. E fazendo apostolado permitiu a pacificação de um coração.
Raquel luta hoje pela sua santificação no seu trabalho, na sua casa, na sua vida corrente.
É também uma cristã activa na sua paróquia. E hoje, exorta igualmente a sua comunidade à prática do apostolado e santidade sendo agora instrumento de Deus.
[Nota do Autor: história ficcionada]

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

La Repubblica
Marco Politi entrevista D. Javier Echevarría
83.000 membros leigos, 1.900 sacerdotes, uma grande parte da sua presença encontra-se na Europa e na América e 6.600 membros em África, na Ásia e na Oceânia. O Opus Dei é como uma grande empresa espiritual bem consolidada. Olha para os seus primeiros oitenta anos e perscruta o futuro, “O Opus Dei existe para recordar que Deus chama todos a serem santos e para ajudar a viver o Evangelho nas mil situações da vida corrente”, explica programaticamente o Prelado D. Javier Echevarría. “Há 80 anos – acrescenta – esta mensagem era nova e revolucionária e continua a sê-lo hoje”. Nas suas viagens diz que se percebe nas pessoas uma procura de “sentido ideal da vida, determinado por uma esperança que quiçá não conheçam. É a busca de um Transcendente de que muitos talvez fogem mas de que têm tanta necessidade”.
Com os seus 76 anos D. Javier, apesar da sua pouca estatura e fragilidade, ainda joga ténis uma vez por semana, ouve com paixão Beethoven e quando tem tempo devora livros de teologia, filosofia, direito canónico, história da Igreja e literatura. O ténis ensinou-lhe a devolver os ”golpes de esquerda” e os “top spin”.
D. Javier, o Código da Vinci acabou por vos dar publicidade, mas continua a circular a imagem de um Opus parecido com uma maçonaria branca.
Não acha paradoxal falar de secretismo nas colunas de um jornal nacional? Todos os dias nos chegam centenas de pedidos de pessoas que procuram um encontro directo. No site http://www.opusdei.org/ publicamos notícias, documentos e actualizações em 28 línguas. Qualquer pessoa que conviva pessoalmente com um fiel da Prelatura conhece o seu compromisso e a sua dedicação a Cristo. Para nós transparência significa deixar que se veja Jesus na amizade e nas relações da vida diária.
Talvez estejam particularmente presentes entre as classes dirigentes, influentes, acomodadas. Na realidade a maioria dos fiéis pertence à classe média e muitos têm duras dificuldades no fim do mês. Mas a verdadeira questão é que qualquer profissão honrada pode ser santificada e chegar a ser a ocasião de um encontro pessoal com Cristo. As nossas actividades de formação espiritual são dirigidas a pessoas de todas as classes sociais.
Os do Opus Dei não se passam um pouco com a ânsia do proselitismo?
Todos os cristãos estão chamados a seguir o convite de Jesus de se converterem em “pescadores de almas”. O apostolado e o proselitismo, entendidos como anúncio cristão sempre respeitador da liberdade, não são um fim em si mesmos, nem as actividades auto-referenciais desta ou daquela instituição. O Opus Dei não faz outra coisa senão fazer-se eco, também neste aspecto, dos ensinamentos da Igreja universal.
Em que se concentra a vossa missão hoje em dia?
Modula-se em função das prioridades de cada momento histórico. Dar vida a uma família é hoje um grande desafio; a casa, a escola para os filhos, o cuidar dos idosos e dos doentes, o ritmo de trabalho dos pais. Por isso uma das nossas prioridades é a promoção de actividades de formação cristã para muitos pais, quer sejam fiéis da Prelatura quer não pertençam ao Opus Dei.
Como se relacionam com os ateus e agnósticos?
Estamos abertos a todos. As pessoas que têm uma alma, ainda que o não saibam ou não o queiram saber, são para nós amigos e irmãos e por isso pomo-nos ao seu serviço, da mesma maneira que com todos os outros.
80 anos são muitos anos! O que aprendeu o Opus? Que defeitos deveria evitar?
Eu vejo o que ouvi dizer tantas vezes a São Josemaria Escrivá, não por orgulho ou soberba: que a Obra não teria necessidade de qualquer renovação para se adaptar ao mundo, porque o seu fim é ensinar a todos, começando por nós próprios, a santificar o quotidiano. No futuro será igualmente necessário estar no mundo. Teremos sempre que nos dirigir a esse Deus que nunca nos abandona e nos estende a mão, para que nós O acolhamos e depois caminhemos com a Sua ajuda. E o Senhor, pessoalmente, o que aprendeu ao exercer as funções de Prelado?
Cada dia devo aprender a rezar, aprender a ser mais mortificado, aprender a servir todas as pessoas que encontro. Porque as palavras do Senhor não são um simples relato, mas uma realidade. Recordemos quando Ele diz: “Se maltrataste os doentes, os pobres, os ignorantes, então foi a Mim que o fizeste”.
Tem alguma recordação especial de São Josemaria?
Impressionava-me o seu bom humor, unido ao seu amor a Deus. Era um bom mestre que sabia animar e corrigir, um sacerdote e um pai que se dedicava completamente ao serviço de Deus e das almas. Mas com ele também se ria e se brincava. No carro cantava canções que falavam de amor humano, que gostava de interpretar pensando no seu amor por Deus. Uma vez disse-nos que quando estivesse a morrer gostaria de ouvir aquela canção italiana que diz: “Abri as janelas ao novo sol, já é Primavera”.
América Latina, África, Ásia são alguns dos vossos territórios de trabalho. Que iniciativas lá desenvolvem?
Frequentemente fala-se da sociedade de consumo, mas não podemos esquecer que grande parte da humanidade vive em condições de pobreza e de miséria. Também no Ocidente. A resposta da Igreja foi sempre não só a beneficência mas também a educação. Por exemplo nos Andes, no Peru, alguns fiéis da Prelatura, juntamente com outras pessoas, criaram uma rede de promotoras rurais, mulheres dessas povoações que fazem de educadoras para a alfabetização, higiene, normas sanitárias básicas. Em muitos países do Sul e do Norte do mundo o desafio é ajudar a população local a assumir a responsabilidade do desenvolvimento da sua própria sociedade.
Também estão presentes na China.
Para nós a China não é uma novidade, como tão pouco o era a Rússia. Muitos fiéis do Opus Dei estão na China como diplomatas, engenheiros, advogados, professores. Estes fiéis são cidadãos normalíssimos, que se relacionam com muitas pessoas que se sabem compreendidas, queridas. E também se procura levar a semente de Cristo. Temos iniciativas de educação e de assistência social em Hong Kong, Macau e Cantão. E há sacerdotes que são chamados para ir à China continental ajudar outras pessoas.
D. Javier, Josemaria Escrivá já foi proclamado santo. Agora iniciaram o processo de beatificação do seu sucessor Álvaro del Portillo. Porquê este interesse em ter os próprios santos?
Repare que não temos fome de santos mas de santidade. Porque a santidade leva-nos a estar perto do Senhor, que é paz e alegria para todo o mundo. Nós não queremos indicar alguns santos para dizer depois, reparem que diferente é este santo. Mas para fazer ver a todos que também eles, se quiserem, podem esforçar-se por ser santos.

Site Opus Dei

80 anos

O Opus Dei está hoje cheio de vigor e continua a abrir as suas portas a novos membros.
80 anos é uma grande data! Há, pelo menos, 85 mil fiéis leigos e dois mil padres, espalhados por cinco continentes, para quem este aniversário é fundamental. Estou a falar dos membros do Opus Dei. Gente comum, novos e velhos, com as mais variadas profissões, que se empenham em viver a santidade nas circunstâncias habituais da vida quotidiana. A proposta do Opus Dei é ajudar a encontrar Cristo no trabalho, na vida familiar e nas restantes actividades habituais. Crescem no amor ao Papa e à Igreja. E a consequência disto tem trazido grandes frutos. É certamente esse fenómeno de santidade no meio do mundo contemporâneo que explica tanto ódio contra o Opus Dei. Centenas de livros, documentários e filmes massacram sistematicamente a opinião pública contra esta Instituição da Igreja. Mas não será que o feitiço se vira contra o feiticeiro?É que movidos justamente pela curiosidade, muitos aproximaram-se do Opus Dei que está hoje cheio de vigor e continua a abrir as suas portas a novos membros.
Parabéns à Obra!

Aura Miguel

Site RR

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Nova capela dedicada em Madrid a São Josemaria Escrivá

Depois de benzer os sinos e a capela, o Cardeal presidiu à solene concelebração eucarística, na qual o pároco o Padre Samuel Urbina agradeceu a presença de todos e destacou “o meu entusiasmo e emoção bem como os de toda a Paróquia por dispor desta nova capela”. “Com grande alegria, peço a São Josemaria a sua intercessão para que sejamos bons sacerdotes e tenhamos muitos leigos com identidade cristã e eclesial, conscientes da nossa responsabilidade para construir a Igreja”, acrescentou.
“Os lugares de São Josemaria em Madrid devem ser cada vez mais conhecidos, como testemunhos da sua memória viva, dos ensinamentos que deixaram uma marca profunda na história da Igreja”, comentou o Cardeal. E esta Paróquia e os seus sinos têm um significado especial para São Josemaria, onde rezou muitas vezes e cujo repicar ouviu faz agora 80 anos. Efectivamente, uma lápide recorda que na “manhã do dia 2 de Outubro de 1928, festividade dos Santos Anjos da Guarda, enquanto se ouvia o repicar dos sinos desta Paróquia, São Josemaria recebeu a luz de Deus para começar o Opus Dei iniciando, assim, um caminho de santidade para muitos homens e mulheres, como cristãos correntes, através das ocupações profissionais, familiares e sociais da vida corrente”.

São Josemaria, que estava a fazer uns dias de retiro espiritual na Casa dos PP Paúles da vizinha rua de García de Paredes, recordava que “comovido ajoelhei-me – estava sozinho no meu quarto, no intervalo entre duas práticas – dei graças ao Senhor e recordo com emoção o repicar dos sinos”.Três sinos novosA capela tem um mural do pintor gaditano (NT: Natural de Cádiz) Ignacio Valdés de Elizalde, que representa esse momento, São Josemaria nesse dia, ajoelhado e em atitude de acção de graças pela luz de Deus que acabava de receber. Junto desse motivo central, a Virgem preside ao conjunto, enquanto rodeiam o santo lugares fundacionais do Opus Dei em Madrid, da autoria de Imaculada Valdés de Elizalde. Outro motivo festivo foi muito celebrado ontem neste templo de estilo neogótico, inaugurado em 31 de Julho de 1892; o cardeal Rouco abençoou os três novos sinos já colocados no campanário, com os nomes de Nossa Senhora dos Anjos, São Josemaria e Álvaro del Portillo. A capela foi construída com a ajuda de devotos e benfeitores e executada por “Talleres de Arte Granda”, sob a direcção do arquitecto Jaime Castañón.

PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS. MADRID

Na manhã do dia 2 de Outubro de 1928, festividade dos Santos Anjos da Guarda, enquanto repicavam os sinos desta Paróquia de Nossa Senhora dos Anjos, São Josemaria Escrivá de Balaguer recebeu a luz de Deus para começar o Opus Dei, iniciando, assim, um caminho de santidade para muitos homens e mulheres, como cristãos correntes, através das ocupações profissionais, familiares e sociais da vida corrente.Anos mais tarde, São Josemaria recordava o momento da fundação do Opus Dei, que ocorreu durante uns dias de retiro espiritual. Para dar cumprimento à missão que Deus lhe encomendava, São Josemaria prosseguiu o seu trabalho sacerdotal nos bairros mais pobres e entre os doentes dos hospitais de Madrid e socorreu-se confiada e assiduamente da protecção da Santíssima Virgem, Mãe de Deus e Madre nossa. São Josemaria rezou também, em muitas ocasiões, diante da sagrada imagem que preside ao retábulo desta Paróquia. LAUS DEO VIRGINIQUE MATRI!
Site do Opus Dei

domingo, 5 de outubro de 2008

Devem os cristãos tomar parte e opinião ?

É uma pergunta pertinente.
A resposta é, no meu juízo, clara como água. Um contundente SIM.
Olhando a nossa sociedade, ainda que de forma abstracta, percebemos claramente que são tomadas iniciativas a nível legislativo que modelam a convivência social. Além das medidas legislativas, são tomadas outras tantas posições que nos afectam globalmente. Isto é: estando inseridos numa sociedade e num Estado de Direito, somos afectados por um rol de medidas que nos tocam particularmente. Umas mais sensíveis, outras não tanto. Umas mais dirigidas a uns que a outros. Mas nelas tem de haver um denominador comum: o profundo sentido de justiça.
Além do sentido de justiça, elas deverão ser morais e condizentes com os nossos profundos valores, já enraizados.
Uma lei não deve ser injusta nem imoral. Nem deve tão pouco ser contrária à nossa história, às nossas raízes, aos nossos valores.
Não obstante, têm sido tomadas medidas legislativas ou têm sido consideradas moções e projectos que são manifestamente contrárias à doutrina católica e, por consequência directa, aos cristãos. Diria mais: aos não cristão também. A todos.
Dizia um Padre amigo que mais grave que um Governo discordar da doutrina da Igreja, será o profundo desprezo que por ela nutre. E aqui, meus caros, tire cada um as suas ilacções.
Por outro lado, sabemos [não estamos a dormir] que a denominada Esquerda partidária, assume (ainda que pela sua natureza doutrinária) posições completamente antagónicas à doutrina da Igreja. É um elemento histório e não passível de discussão. Sempre foi assim e sempre será.
Assistimos já à aprovação da legalidade do aborto. Actualmente discutimos o casamento de homossexuais. Virá a terreiro a adopção por casais homossexuais (julgam que a questão está esquecida ?). Segue-se ainda a eutanásia. Mas não ignoremos a Direita partidária. Fico pasmo no que desta vejo e ouço.
Se formos objectivos e concretos, verificamos que são temas profundamente polémicos, duros e que tomam de assalto qualquer consciência. Ou deveriam tomar ...
Certo é que são temas reais e actuais.
Bom, e aqui se coloca a questão: o que devem fazer os cristãos ?
Deverão calar-se e passivamente deixar que outros tomem as decisões que afectam toda a sociedade ?
Deverão manter-se calmos e tranquilos ou manter conivência com temas que nos são tão desfavoráveis ?
Deverão manter uma postura passiva ou conivente ?
Deverão calar ao mundo a sua qualidade de cristãos ?
Deverão ignorar que se o são tal se deve à profunda graça recebida por Deus ?
Deverão ser ignorantes e baixar as armas possibilitando que os demais ajam de acordo com as suas convicções ?
Não irei responder por vós.
Mas deixo aqui plasmado o meu pensamento. Não, não deverei ser ignorante ao ponto de ignorar que sou chamado a defender o meu Cristo em qualquer circunstância e seja contra quem for. Não, não ficarei calado ou quieto permitindo que os outros decidam por mim. Não, não baixarei as armas mas antes as erguerei. Não, jamais manterei uma postura passiva. Não, não calerei ao mundo que sou cristão e defenderei a minha [nossa] Igreja Católica em qualquer circunstância. E SIM, farei como o nosso Padre nos ensinou: sejamos úteis e deixemos rasto.
Sim, entendo que os cristãos são chamados a ter opinião e deverão ser competentes. COMPETENTES!
Sim, entendo que os cristãos deverão estar unidos nas suas comunidades e nelas fazer apostolado. Sim, entendo que os cristãos deverão escutar a Igreja e agir de forma consentânea. Sim, espero e desejo que todos os cristãos assumam a sua valentia e não se assustem com os lobos. Lembrem os mais sensíveis que Deus não perde batalhas e não deixa que os seus as percam. Por útimo, lembremos São Josemaría: Deus e audácia ! Nãos nos percamos.
Uma última nota: este blogue foi pensado para transmitir o pensamento de São Josemaría. Não cedo um milímetro desta pretensão. Assim se manterá.
Mas, ao mesmo tempo, não podeis esquecer que o Autor deste blogue é um homem, um homem deste mundo, com opiniões críticas. É um homem chamado à Santidade [todos somos] e à competência. Um homem que não pode ignorar o seu tempo. Um homem chamado a deixar rasto.
São Josemaría afirmou nunca ter falado de política. Mas nunca proibiu os seus filhos de serem livres. E eu, meus caros, sou livre.
Livre para defender Cristo e a Igreja.
Livre para ser crítico.
Livre para evangelizar.
Livre para falar das injustiças e tomar parte nas justiças.
Livre para tomar parte nos temas que a sociedade me e nos coloca.
Livre para opinar e divergir. E livre para convergir.
Sou livre para ser competente. Sou livre para não temer. Sou livre para combater. E combater pela palavra, pelo pensamento e na convergência da nossa doutrina. Livre para Jesus Critso.
Por isso, em nenhum momento me assalta o pensamento de "deixa estar... nada podes fazer... o que podes tu fazer ... tem cuidado...". Bem pelo contrário. Jesus Cristo foi um provocador do mundo. Veio atrás de mim provocar-me e tirar-me do meu aburguesamento. Como provocou São Paulo. Como provoca cada um de nós. Jesus veio provocar e fazer de nós, homens e mulheres, pessoas desistaladas. Por isso, desinstemo-nos da nossa miséria, da nossa "paz", do nosso sofá confortável e das nossas quietudes. Alerta!
Deus e audácia !

Santos desta semana

06 de Outubro
São Bruno [Monge]
Santa Maria Francisca das Cinco Chagas [Religiosa]
Santa Fé [Mártir]
Beato Diogo De San Vítores [Mártir]
Beato Francisco Gárate [Religioso]
Beato Isidro de São José [Religioso]
Beata Maria Rosa Durocher [Fundadora]
Beata Maria Ana Mógas Fontcuberta [Fundadora]
07 de Outubro
Nossa Senhora do Rosário
São Marcos [Papa]
08 de Outubro
Santa Pelágia [Virgem]
Santa Taís [Penitente]
09 de Outubro
Santo Abraão [Patriarca de Israel]
São João Leonardi [Fundador]
São Dionísio Areopagita e Companheiros [Mártires]
São Luís Beltrão [Religioso]
10 de Outubro
São Daniel Comboni [Fundador]
São Daniel e Companheiros [Mártires]
Beato Miguel Píni [Eremita]
11 de Outubro
Beato João XXIII [Papa]
Santa Soledade (ou Manuela) Torres [Fundadora]
Santo Alexandre Sáuli [Bispo]
12 de Outubro
Nossa Senhora da Aparecida
São Serafim de Montegranaro [Religioso]
São Vilfrido [Bispo]

sábado, 4 de outubro de 2008

Expectativas altas para o Sínodo

São altas as expectativas do Cardeal D. Odilo Scherer, um dos três presidentes delegados para a XII Assembleia do Sínodo dos Bispos, que se inicia este Domingo no Vaticano, sobre o tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o Arcebispo de São Paulo mostra-se “feliz com a possibilidade de participar” nesta reunião magna dos episcopados mundiais, que considera “uma oportunidade muito interessante para aprender e para conhecer experiências boas sobre o serviço da Igreja à Palavra de Deus em todo o mundo”.
Ecclesia

Notícia Expresso: "Eutanásia, o tema 'fracturante' da próxima legislatura"

De acordo com o semanário Expresso desta semana, depois dos casamentos entre homossexuais, a grande discussão política será o suicídio medicamente assistido.
De acordo com a notícia, "a eutanásia será a grande pedra no sapato do Governo que se segue".
O Grupo Parlamentar do BE está a estudar o assunto. Por outro lado, a "jota" socialista refere que "a legalização da eutanásia há muito que é uma das prioridades da Juventude Socialista". Não obstante, o tema não será abordado antes de 2009 uma vez que, actualmente, a agenda é marcada pelo casamento entre homossexuais. Também "Os Verdes" estão próximos da ideia uma vez que "tem sido um tema recorrente em reuniões e congressos". Já o PCP, neste momento e pela voz de Bernardino Soares, refere que "é uma questão com muitas implicações. Não somos nem a favor nem contra".

O Autor deste blogue assume hoje como amanhã, posição manifestamente contrária à legalização da eutanásia. E não meramente do ponto de vista pessoal. Não. Assume-a porque cristão e católico. Ponto final.
A vida e a morte não nos pertencem. Não estão nem na nossa liberdade nem no nosso domínio.
A legalização da eutanásia é um tema forte, sem dúvida alguma. Surgem e surgirão vozes e alegações contrárias, até sustentadas. Mas essa sustentação omitirá sempre Jesus Cristo e será sempre contrária à doutrina da Igreja.

Findo com o Ponto 739 do Caminho:
Não tenhas medo da morte. - Aceita-a, desde agora, generosamente..., quando Deus quiser..., como Deus quiser..., onde Deus quiser. - Não duvides; virá no tempo, no lugar e do modo que mais convier..., enviada pelo teu Pai-Deus. - Bem-vinda seja a nossa irmã, a morte!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

DVD em português: “São Josemaria Escrivá Fundador do Opus Dei”

Não é frequente vermos imagens de santos. Contudo, no caso de S. Josemaria foram filmados muitos dos encontros que teve, nos últimos anos da sua vida, com pessoas que participavam nas actividades apostólicas do Opus Dei ou que simplesmente tinham curiosidade em conhecer o Fundador da Obra. Estes documentos constituem um testemunho invulgar dos seus ensinamentos. O trabalho editado pela Diel contém 2 DVD com mais de 200 minutos de imagens, das quais grande parte são gravações de encontros com S. Josemaria.O primeiro DVD contém uma biografia S. Josemaria; um resumo da sua canonização em 2002 e uma antologia de respostas a perguntas sobre vários temas: juventude, família, vida cristã, doença, trabalho e vocação. Uma breve secção adicional oferece informação sobre projectos sociais que algumas pessoas do Opus Dei realizam em vários países do mundo.O segundo DVD contém o resumo de 3 encontros com S. Josemaria ocorridos - entre 1972 e 1975 - em Espanha (Barcelona), no Peru (Cañete) e na Venezuela (Caracas).São conversas que, seguindo as perguntas do auditório, cruzam assuntos variados: como se pode ser feliz na terra; o namoro e o amor no casamento; como apareceu o Opus Dei; qual o sentido da dor e da doença; a entrega a Deus; ecumenismo; amor a Nossa Senhora e aos santos.“Santidade e Apostolado” é o título do documentário final, sobre a proposta cristã do Opus Dei.
Site do Opus Dei

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Esta semana, na revista Sábado

80 anos do Opus Dei

Chegado da Santa Missa celebrada no Oratório de São Josemaría, em Lisboa, por Monsenhor José Rafael Espírito Santo, Vigário Regional do Opus Dei em Portugal, desejo ardentemente que a sua Homilia seja colocada no site do Opus Dei para leitura.
Foi simplesmente extraordinária e totalmente edificante.
O Oratório estava repleto. A Eucaristia foi muito bela.

80 anos do Opus Dei

Neste 2 de Outubro, festejam-se 80 anos que S.Josemaria fundou o Opus Dei.
Por esse facto, estão previstas missas comemorativas dessa data em diversas cidades do nosso pais.

Lisboa
Missa solene presidida por Mons. José Rafael Espírito Santo, Vigário Regional do Opus Dei em Portugal

Data: 2 de Outubro (5ª feira)

Hora: 19h

Local: Oratório de S.Josemaria - Lisboa

02 de Outubro de 2008

80º
ANIVERSÁRIO
DO
OPUS DEI

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Recomendo este Livro

Não é novo.
É recente.
Porém, é um dos livros que leio actualmente.
E ficaria mal comigo se não recomendasse a todos os amigos deste blogue a sua leitura.
Definiria o livro desta forma: enriquecedor e apaixonante ...
A Beata Teresa de Calcutá move-nos, confunde-nos e revela-nos que o caminho é longo e o nosso amor é pouco. Curioso se torna que também a Beata se considerava pequena e miserável, como eu e tu.
Se não o leste... fá-lo. Garanto o teu crescimento espiritual.