Numa missa gigante neste sábado, em Paris, o Papa pediu aos fiéis para não terem medo da vocação sacerdotal. Bento XVI, que segue esta tarde para o Santuário de Lourdes, tentou ajudar a Igreja francesa a lutar contra a falta de padres.
"Não tenham medo de dar a vossa vida ao Cristo! Nunca nada substituirá o ministério dos padres no coração da Igreja! Nunca nada substituirá uma missa para a salvação do Mundo!", disse Bento XVI na sua homilia, perante 250 mil fiéis.
Com a missa campal de hoje, na imensa esplanada dos Inválidos, na margem esquerda do rio Sena, o Papa terminou a etapa parisiense da sua visita oficial de 4 dias a França. Na véspera, ao fim do dia, apelou igualmente aos jovens para "não terem medo de divulgar o Evangelho em todo o lado, na escola, na rua, no trabalho". Durante a visita muitos jovens católicos disseram viver a sua fé, em França, "numa relativa clandestinidade". "Quando dizemos que vamos à missa somos considerados pelos nossos colegas como uns coitadinhos, como se fôssemos idiotas ou uns atrasadinhos mentais", afirmou um deles.
Apesar de ter constatado a crise que atravessa a Igreja francesa, devido à diminuição constante, ao longo dos últimos 30 anos, de padres e de fiéis, o Papa tinha razões para estar satisfeito com a escala em Paris. Na sexta-feira, numa recepção no Palácio do Eliseu, ouviu o Presidente Nicolas Sarkozy elogiar "as raízes cristãs da França e da Europa" e defender uma "laicidade positiva respeitadora das religiões". Bento XVI falou em "laicidade aberta" e aprovou Sarkozy. Na missa, o Papa voltou a evocar a necessidade da conjugação da "fé e da razão", aludindo indirectamente às polémicas sobre a sua visita a França. "Peço ao Presidente que defenda a laicidade e para não confundir as suas crenças pessoais com a sua responsabilidade de chefe de um Estado laico, onde não pode haver confusão entre o espaço do religioso e o espaço do Estado e da República", declarou o líder do PS, François Hollande, depois da recepção ao Papa, com honras de chefe de Estado, no Eliseu. "Quando ele fala em 'laicidade positiva' quer dizer que o nosso Estado não respeita a religião? Mas não é nada disso que acontece actualmente!", acrescentou o chefe da oposição francesa. Bento XVI parte esta tarde de Paris para Lourdes, no sudoeste francês, onde termina na segunda-feira a visita a França. Amanhã, o Papa preside a uma missa perto da gruta onde há 150 anos a Virgem terá aparecido 18 vezes a uma jovem de 14 anos, Bernadette Soubirous.
In Expresso online
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