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domingo, 29 de junho de 2008
Oração a São Josemaría
Santos desta semana
Papa abre Ano Paulino
Antes da celebração das Vésperas, na Basílica papal de São Paulo fora de muros, em Roma, o Papa abriu a Porta Paulina, debaixo do quadripórtico deste templo, e foi acesa a Chama Paulina que arderá ao longo de todo o ano. Antes da chegada ao altar, o Papa desceu para venerar o sepulcro do Apóstolo.
Na homilia da cerimónia, que contava com a presença do Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, e outros líderes cristãos – sinal concreto do diálogo ecuménico que se pretende levar por diante neste ano -, o Papa lembrou São Paulo como “Mestre das Nações, cuja palavra se abre ao futuro, para todos os povos e todas as gerações”.
“Paulo não é para nós uma figura do passado, que recordamos com veneração. Ele é também o nosso mestre, apóstolo e anunciador de Jesus Cristo”, acrescentou.
Dando o significado para este ano jubilar, Bento XVI explicou que “não estamos aqui para reflectir sobre uma história passada, irrevogavelmente superada. Paulo quer falar connosco”.
“Por isso, quis este especial Ano Paulino: para ouvi-lo e para aprender agora com ele, como nosso mestre, a fé e a verdade, na qual se enraízam as razões da unidade entre os discípulos de Cristo”, precisou.
A esta vontade se liga ainda a presença da Chama Paulina, “que permanecerá acesa durante todo o ano” dedicado a São Paulo.
Bento XVI recebeu Cavaco Silva
sábado, 28 de junho de 2008
Quem cresce mais ?
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Relato de D. Julián Herranz sobre a ida para o céu S. Josemaria em 26 de Junho de 1975
Morre atropelada para salvar filho - uma notícia trágica... mas tão plena de amor.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Paulo de Tarso
Missionário por vocação
No ponto de partida dessa espantosa aventura missionária que vai levar o Evangelho à conquista do mundo greco-romano, está o encontro de Paulo com Cristo, na estrada de Damasco (cf. Act 9,1-18; 22,5-11; 26,12-18).
O próprio Paulo sugere que esse encontro foi um acontecimento repentino, inesperado, que resultou da acção livre, gratuita e soberana de Deus (cf. Gal 1,13-17; 1 Cor 9,1; 15,8; Flp 3,12), na linha das histórias proféticas de vocação. Em qualquer caso, esse encontro com Jesus de Nazaré, vivo e ressuscitado, levou Paulo a alterar a sua existência, fêlo repensar o seu caminho e tomar consciência da sua vocação. Ao encontrar Jesus Cristo, Paulo apaixona-se por ele; ao apaixonar-se por ele, descobre a força libertadora do seu projecto; e a descoberta do projecto salvador de Deus apresentado em Jesus, gera em Paulo a urgência de uma missão evangelizadora que é imprescindível concretizar: "ai de mim, se eu não evangelizar!" (1 Cor 9,16).
Este "ai" - que lembra os "ais" proféticos - traduz o sentimento de um homem que tem a consciência absoluta de que não pode demitir-se de testemunhar Jesus ressuscitado, porque senão toda a sua vida, tudo aquilo que ele é, tudo aquilo que dá sentido e forma à sua existência, se desmorona completamente. A sua vocação fundamental é "anunciar o Evangelho de Deus" (Rom 1,1; cf. 1 Cor 1,1): só dessa forma a sua vida fará sentido.
Os caminhos do anúncio do Evangelho
O imperativo da evangelização traduz-se, para Paulo, em sucessivas viagens missionárias, que o levam a percorrer, ao serviço de Cristo e do Evangelho, toda a Ásia Menor e Grécia, ao longo de mais de uma dezena de anos. Logo no ano 45, Paulo parte de Antioquia da Síria para uma primeira grande viagem missionária, que se prolonga até ao ano 48 e que o vai levar, por Chipre, até ao sul da Ásia Menor.
Acompanhado de Barnabé, Paulo prega nas sinagogas de Antioquia da Pisídia, Icónio, Listra e Derbe (cf. Act 13,3- 14,28); mas rapidamente a Boa Nova levada pelos dois missionários salta os muros da sinagoga e desafia os homens e as mulheres de cultura helénica. O Evangelho começa, então, a ser uma proposta com dimensão universal. Entre os anos 49 e 52, Paulo - acompanhado por Silas - percorre toda a Ásia Menor (Cilícia, Frígia, Galácia, Mísia), passando depois para a Macedónia e descendo para o sul da Grécia, até Atenas e Corinto, antes de regressar a Antioquia da Síria (cf. Act 15,35-18,22). É durante esta viagem que o Evangelho de Jesus se instala, decididamente, no mundo grego e aí cria raízes fortes e definitivas em cidades como Filipos, Tessalónica ou Corinto.
De 53 a 58, Paulo volta a percorrer a Galácia, a Frígia, a Macedónia e a Grécia (cf. Act 18,23-21,26), numa viagem que não é tanto de criação de novas comunidades, mas que é, sobretudo, de confirmação na fé e de consolidação das Igrejas já existentes. Éfeso tornar-se-á, durante este período, a "base de acção" de Paulo.
Ao olharmos para o mapa físico das viagens missionárias de Paulo ficamos, naturalmente, impressionados pela imensidão dos espaços percorridos, numa época e num contexto em que as deslocações não tinham a facilidade, a comodidade e a tranquilidade que os viajantes do nosso tempo encontram e conhecem. Paulo percorreu, ao serviço do Evangelho, muitos milhares de quilómetros (há quem fale em cerca de 20 000 km), em viagens longas, incómodas e arriscadas…
No entanto, para além da frieza dos números que nos são dados pelos mapas, no que diz respeito a distâncias percorridas, somos naturalmente levados a pensar num "caminho" muito mais complexo, marcado por fadigas sem conta, sofrimentos indizíveis e riscos de toda a espécie. Na segunda carta aos Coiríntios (cf. 2 Cor 11,24-28), respondendo àqueles que punham em causa o seu direito a usar o título de apóstolo, Paulo recorda os trabalhos, as prisões, todos os perigos e riscos que teve de enfrentar por causa do Evangelho.
A descrição que Paulo aí apresenta não desenha, nem de perto nem de longe, o quadro completo de tudo o que ele viveu, sofreu e arriscou; mas tem, em pano de fundo, a convicção profunda, a decisão irrevogável e a força impressionante de um homem que deu toda a sua vida à missão que recebeu e que não hesitou diante de nenhum risco a fim de levar Jesus ao encontro do mundo.
O que move o "apóstolo das gentes" em todo este afã missionário, não são interesses humanos ou projectos pessoais (cf. 2 Cor 10,2), mas um mandato recebido de Deus. Paulo não se prega a si mesmo, mas a Cristo Jesus. É para levar Cristo Jesus ao encontro dos homens e mulheres de todas as raças que Paulo se fez servo de todos (cf. 2 Cor 4,5). Diante daqueles que põem em causa a validade do seu ministério, Paulo reconhece que é um homem frágil, marcado pela debilidade da condição humana; mas isso não impede que ele tenha sido escolhido para "embaixador" de Deus (2 Cor 5,20) ou "ministro da Nova Aliança" (2 Cor 3,6).
"Trazemos - diz ele - este tesouro em vasos de argila, para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso" (2 Cor 4,7). Assim, aconteça o que acontecer e sejam quais foram as oposições que tiver de enfrentar, ele não pode desistir do seu ministério.
As tribulações, as fadigas, as incompreensões, os sofrimentos físicos suportados pelo caminho não são, para Paulo, um obstáculo intransponível; mas são, até, um modo de ele se identificar, cada vez mais, com esse Cristo cujo projecto se concretizou na "loucura da cruz", no dom total de si, e que Paulo, apesar dos seus limites bem humanos, foi chamado a levar a todas as gentes.
Pe. Joaquim Garrido Mendes, SCJ
In Ecclesia
Livro
Missas festivas no dia de S. Josemaria
No próximo dia 26 de Junho, a Igreja celebra a festa litúrgica de S. Josemaria. Em todo o mundo serão celebradas missas em honra deste santo da Igreja.
Seguem-se os locais e horários das missas portuguesas:
- Braga – 26 de Junho às 19h00 - Sé CatedralMissa celebrada por D. António Couto, Bispo Auxiliar de Braga
- Cascais - 26 de Junho às 19h15 - Igreja Paroquial de Cascais
- Coimbra – 26 de Junho às 18h30 - Igreja de Nossa Senhora de Lurdes
- Évora– 25 de Junho às 18h15 - Igreja do Carmo
- Fátima - 26 de Junho às 11h00 - Basílica do Santuário
- Faro - 28 de Junho às 09h30 – Igreja de S.Pedro
- Lamego - 26 de Junho às 18h30 – Sé
- Lisboa - 26 de Junho às 19h00 - Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Missa celebrada por D. Anacleto Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa
- Porto – 26 de Junho às 19h00 - Igreja da Trindade
- Setúbal - 28 de Junho às 18h00 - Igreja de Nossa Senhora da Atalaia
- Viseu - 26 de Junho às 18h30 – SéMissa celebrada Por D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu
domingo, 22 de junho de 2008
Santos desta semana
sábado, 21 de junho de 2008
Bíblia e mundo cultural não podem permanecer afastados
D. Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, do Vaticano, passou por Portugal nos dias 19 e 20 de Junho, nos quais apresentou duas reflexões sobre a Bíblia, como “grande códice da cultura ocidental” e como “luz para os nossos passos” nos caminhos da História.
O Arcebispo italiano tem trabalhado desde há longos anos a relação fé-cultura a partir da Bíblia. Em entrevista à ECCLESIA, o homem do Papa para a Cultura pede a redescoberta da Sagrada Escritura e lembra leituras “blasfemas” como as de José Saramago.
ECCLESIA – A importância da Bíblia esteve sempre presente nas suas intervenções. Há um esquecimento da Escritura entre os católicos?
D. Gianfranco Ravasi (GR) - Como dizia um escritor francês, Paul Claudel, os católicos têm um grande respeito em relação à Bíblia e demonstram-no estando o mais longe possível dela. Temos de dizer que esta distância já foi muito superada pelo Concílio Vaticano II.
Este ano, em Outubro, haverá um Sínodo dos Bispos dedicado à Palavra de Deus e essa será uma ocasião para tornar os fiéis mais próximos, porque, efectivamente, há uma quebra na paixão com que, depois do Concílio, se lia a Bíblia. Uma sondagem recente na Europa mostrava que dois terços dos inquiridos tinha uma Bíblia em casa, mas não a lêem, necessariamente. Em alguns países, apenas 27% das pessoas tinha olhado para um texto bíblico num período de 12 meses.
Por tudo isto, devemos fazer com que a Bíblia regresse à comunidade, à comunidade crente, à comunidade civil, laica, como o grande códice que ilumina o conhecimento da nossa tradição e da nossa cultura artística, humana e moral.
GF – Eu penso que é um desafio, de muitos pontos de vista. Em Portugal, por exemplo, há um escritor como Saramago que continuamente utiliza o texto sacro, muitas vezes de forma provocatória, blasfema. Contudo, isso demonstra que o texto sagrado e os temas da fé são temas importantes.
Por isso, acho que não é preciso ficar aterrorizado perante estas situações. Em alguns casos, certamente, há situações ridículas, muito banais e superficiais, como no caso de Dan Brown, mas o facto de as pessoas acreditarem nestas lendas quase como se fossem verdadeiras deve comprometer a Igreja para que se torne a explicar o texto bíblico, a mostrar a sua autenticidade, o seu aspecto genuíno, a sua verdade, de forma a que o homem de hoje descubra que, ao fim e ao cabo, as grandes perguntas e as grandes respostas se encontram, de facto, nos grandes textos sagrados da humanidade e, sobretudo, num texto tão fundamental como o bíblico.
GF – Temos de reconhecer que o texto sacro e a verdade, a mensagem que o crente tem não devem ser conservados apenas no meio dos incensos ou entre as luzes do templo, mas devem ser escancaradas as portas. Temos de ir à praça onde se ri e se chora, onde também se pragueja, onde se faz comércio e se fala de tantas outras coisas, mas onde está o homem que tem medo, que sofre, que tem alegria e que vive o amor, que tem necessidade de perceber o que significam as palavras últimas: bem e mal, verdade e falsidade, dor e alegria, além da vida e imortalidade, a morte, isto é, alguns temas que não se encontram nos jornais nem da conversa televisiva.
É preciso que este homem encontre estas respostas tão altas na praça, onde vive, ele que nunca entrará no templo, e é por isso que é correcto que os homens de cultura e cristão entre nas praças, nos caminhos das metrópoles, e volte a pôr em prática o que dizia Jesus, mesmo em relação à Televisão: aquilo que eu vos disse em segredo, dizei-o vós agora em todo o lado.
Diálogo incompleto
Desde que assumiu a presidência do Conselho Pontifício para a Cultura, o Arcebispo Ravasi tem-se mostrado preocupado com o escasso conhecimento recíproco entre artistas contemporâneos e a Santa Sé, bem como com o desleixo decorativo em várias igrejas modernas, muitas vezes sem obras de artes ou resignadas a uma qualidade artesanal ou demasiado modesta.
GF – O meu desejo é falar com a arte contemporânea, que já não conhece grandes temas ou grandes símbolos, as grandes narrativas, daí esta tentativa, numa grande ribalta tão importante como a Bienal de Veneza, a nível internacional.
Antes disso, gostaria de chamar cinco ou seis grandes artistas contemporâneos, que muitas vezes só se interessam por coisas que estão no pó, na realidade mais baixas, e levá-los a exprimir, através de formas de arte contemporânea, os grandes temas, com as suas intuições.
Isto já se começou a fazer na arquitectura, onde há um diálogo na construção dos templos, por exemplo. Cito um arquitecto português que conheço, Siza Vieira, ou o japonês Tadao Ando, o italiano Renzo Piano, o suíço Máario Botta, o norte-americano Richard Meier, judeu que construiu a belíssima igreja do Jubileu (em Roma, ndr).
Aqui há diálogo e quero que esse diálogo continue, também com a arte, com a música contemporâneas, para que se abandone o divórcio que há entre arte, cultura e a expressão religiosa fechada em si mesma.
HM/OC
In Agência Ecclesia
128 Igreja/Cultura
quinta-feira, 19 de junho de 2008
domingo, 15 de junho de 2008
E por isso tinha um domínio total de si mesmo...
São Luís Gonzaga
São Luís Gonzaga : Religioso, 1568-1591
Esse feliz acontecimento foi providencialmente comemorado em Castiglione com o júbilo de um nascimento real. E muito a propósito, pois o recém-nascido haveria de ser a maior glória da dinastia dos Gonzaga, uma das mais ilustres de toda a Itália. Com domínios de Mântua a Bréscia, e de Ferrara à fronteira da Lombardia, ao longo dos anos a dinastia acumulara riquezas, altos cargos eclesiásticos e principados em sua aristocrática linhagem.
Dona Laura era casada com um dos mais salientes membros dessa estirpe, Fernando, Marquês de Castiglione e Príncipe do Sacro Império. Conhecera-o na corte da Espanha, onde era dama da Rainha Isabel de França. Esta soberana, secundada por seu esposo, o grande Felipe II, estimando a virtude e as qualidades morais de Dona Laura, a escolhera para sua dama.
Se o Marquês tinha no sangue o espírito combativo e militar de seus ancestrais, a Marquesa completava a belicosidade do marido com uma profunda piedade. E Luís recebeu a influência dos dois.
Desde muito pequeno, gostava de ouvir, falar e pensar em Deus. Teve assim, quase desde o berço, um dom muito elevado de oração, sendo Deus seu único mestre.
Um dia Luís, disparando seu arcabuz, chamuscou o rosto. O pai então proibiu-o de utilizar pólvora. Mas ele, travesso e valente, noutro dia, na hora do repouso após o almoço, conseguiu escapar à vigilância do seu tutor, aproximar-se de um canhão e acender-lhe o pavio. O acampamento todo foi despertado com o estrondo, e encontraram o pequeno príncipe estirado ao solo, vítima do coice que recebeu da possante arma.
Luís gostava de estar junto aos tercios espanhóis — das mais famosas tropas de infantaria então existentes — imitando o seu passo marcial. Mas muitas vezes repetia seu jargão e as palavras às vezes inconvenientes de alguns deles. O seu tutor chamou-lhe a atenção, dizendo-lhe que aquela não era a linguagem de lábios limpos. Embora o menino de cinco anos não entendesse seu sentido, chorou amargamente essa involuntária falta, que acusará sempre como uma das mais graves de sua vida. E disse que a partir desse episódio teve início sua “conversão”!
Aos oito anos o pai levou-o com seu irmão Rodolfo para viverem na corte do Grão-duque da Toscana, Francisco de Médicis. Já não se estava mais na austeridade vivida pelos príncipes medievais, pois a decadência renascentista invadia tudo. Em meio aos divertimentos mundanos e às solicitações dessa brilhante corte renascentista, Luís buscava auxílio n´Aquela a quem fora consagrado ao nascer. Aumentou então seus actos de devoção à Santíssima Virgem, de tal modo que fez, aos nove anos de idade, voto de castidade perpétua.
Quando tinha 10 anos, numa ausência do pai, recebeu certo dia em Castiglione o Cardeal-Arcebispo de Milão, São Carlos Borromeu. Este ficou encantado com sua pureza e santidade, tendo declarado “que jamais encontrara jovem que em tal idade atingisse tão elevada perfeição”. Ele mesmo administrou-lhe a Primeira Comunhão, aconselhando-o a praticar a comunhão frequente e a leitura do Catecismo Romano.
Sua infância transcorreu de castelo em castelo, de côrte em côrte, de festa em festa, mantendo, contudo, sempre o coração ancorado em Deus. Provou, assim, que era perfeitamente possível cultivar a santidade em meio aos esplendores da nobreza. Com efeito, aos 12 anos já atingira alta contemplação. Para isso lhe fora de muita ajuda um livro de São Pedro Canísio, apóstolo da Alemanha. A meditação contínua tornou-se para ele quase uma segunda natureza.
Um de seus criados poderá afirmar: “Todos seus pensamentos estavam fixos em Deus. Fugia dos jogos, dos espetáculos e das festas. Se dizíamos alguma palavra menos decente, chamava-nos e repreendia-nos com toda doçura e gentileza”. Luís afirmaria mais tarde: “Deus me deu a graça de não pensar senão no que quero”. E por isso tinha um domínio total de si mesmo.
Vivendo em plena época do Renascimento, estudou as línguas clássicas, chegando a escrever elegantemente em latim. Foi nessa língua que fez um discurso de saudação ao monarca espanhol Felipe II quando suas armas foram vitoriosas em Portugal. Espírito alerta, perspicaz e sério, triunfou facilmente nos estudos. Ele alia va magnificamente a nobreza, a cultura, a inteligência e a santidade.
Para dissuadi-lo disso, enviou-o de volta à Itália, com missão junto a vários príncipes. Esperava que, em meio àquela vida brilhante da Itália renascentista, arrefecesse no filho o desejo de fazer-se religioso. Luís desincumbiu-se com tanto êxito das várias tarefas, que o pai mais se firmou no desejo de tê-lo como seu sucessor.
Mas, à força de muitas súplicas, o marquês cedeu. E Luís — tendo também, como príncipe do Sacro-Império, obtido a permissão do Imperador — pôde abdicar de todos seus direitos dinásticos em favor de seu irmão Rodolfo, e assim entrar no noviciado da Companhia de Jesus em Roma, aos 18 anos incompletos.
Visitava os doentes e os encarcerados. Mesmo nessas ocasiões, mantinha seu recolhimento em Deus e cumpria os seus actos de devoção. Dizia que “aquele que não é homem de oração não chegará jamais a um alto grau de santidade nem triunfará jamais sobre si mesmo; e que toda a tibieza e falta de mortificação que se via em almas religiosas não procediam senão da negligência na meditação, que é o meio mais curto e eficaz para se adquirir as virtudes”. A tal ponto se tornara senhor de sua imaginação, que no espaço de seis meses, segundo ele mesmo reconheceu, suas distrações não haviam durado o tempo de uma Ave-Maria.
Uma de suas devoções especiais era a Paixão de Nosso Senhor, a qual tornou-se objecto contínuo de suas meditações. Sua devoção à Santíssima Virgem era terna e filial. Tinha também especial devoção aos Santos Anjos, especialmente a seu Anjo da Guarda, e escreveu mesmo um pequeno estudo sobre eles. Também o Santíssimo Sacramento era objeto de suas afeições. Passava horas diante do tabernáculo, entretendo-se com o Deus escondido sob as aparências eucarísticas.
Caso os seus superiores não o tivessem moderado, as penitências físicas que praticava teriam abreviado os seus dias. Alguns diziam que ele lamentaria, na hora da morte, esse excesso. Bem pelo contrário: nesse momento ele fez questão de dizer aos seus irmãos, reunidos em torno de seu leito, que se ele tinha alguma coisa a lamentar nesse sentido eram as penitências que ele não havia feito, e não as que fizera.
Seu pai, que levara uma vida muito voltada às coisas do mundo, preparou-se tão bem para a morte, que atribuiu esses sentimentos às orações do filho.
Quando estava hospedado no colégio da Companhia, em Milão, teve a revelação de que em breve morreria. Exultante, voltou para Roma e empregou seus últimos dias cuidando dos empestados numa terrível epidemia que devastava a Cidade Eterna. Com isso, ganhou mais méritos. Vítima do contágio, faleceu santamente a 21 de Junho de 1591.
Santos desta semana
sábado, 14 de junho de 2008
Revista de Imprensa
Marcelo Rebelo de Sousa também defende que há falta de vozes em defesa da doutrina social da Igreja [preconizada pela esquerda...] porque os movimentos de leigos têm sido dominados pela direita e apostam nas questões facturantes, como o aborto, divórcio, eutanásia e casamento homossexual. Depois de diferenciar as questões subjacentes, conclui ser errado tal existência/diferenciação porque - afirma - a Igreja não é de esquerda nem de direita.
Já o Sol, página 14, faz como manchete "Tensão na Igreja". Segundo este semanário, D. José Policarpo terá enviado uma carta às dioceses onde defende o diálogo com o Governo. Em sentido inverso ou antagónico, [alguns] padres e leigos gostariam que o Cardeal fosse mais activo na defesa do casamento, dos ATL em centros sociais e regulamentação da Concordata, isto é, gostariam que D. José Policarpo fosse mais reactivo.
Ambas as notícias merecem o nosso cuidado e a nossa reflexão. Não obstante e de modo muito particular, parece-me que devemos fazê-lo de forma sóbria e não tanto emotiva.
O autor
“Estai sempre à disposição de todos”
sexta-feira, 13 de junho de 2008
A Igreja precisa de um plano nacional de leitura?
Há um grande desafio que se coloca, portanto, às comunidades cristãs: estas são chamadas a assumir-se, talvez de modo mais consciente e certamente mais activo, como comunidades de leitura. Quando D.José Policarpo lembra que, por vezes, nas próprias celebrações «a palavra é mal lida» e «a homilia nem sempre ajuda» está a colocar o dedo numa das feridas: a necessidade de formação, e de uma formação com qualidade. Não basta reproduzir um certo automatismo de modelos. De forma humilde, persistente e criativa importa fomentar uma iniciação ao conhecimento religioso. É verdade que muito já se faz, mas as estatísticas recentes mostram bem como esta é uma meta longe de estar ganha. E enquanto ela não for inscrita no centro das preocupações…!
terça-feira, 10 de junho de 2008
Francisco Marto (1908-1919)
Era filho de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus, irmão de Jacinta Marto (1910-1920) e primo de Lúcia de Jesus (1907-2005). Foi a estes que apareceu um Anjo, na Primavera, Verão e Outono de 1916, na Loca do Cabeço e no Poço da Casa da Lúcia, e Nossa Senhora do Rosário, a 13 de Maio, Junho, Julho, Setembro e Outubro de 1917, na Cova da Iria, e a 19 de Agosto de 1917, no sítio dos Valinhos.
Adoeceu a 23 de Dezembro de 1918, pela gripe pneumónica, e veio a falecer a 4 de Abril de 1919, depois de se ter confessado e comungado. Foi sepultado no cemitério paroquial de Fátima, no dia 5 de Abril. O Pároco, em aditamento ao processo paroquial, organizado, por encargo do arcebispo de Mitilene, em Outubro de 1917, e enviado, a 28 de Abril de 1919, para o Patriarcado de Lisboa, escreveu, com data de 18 de Abril: “O Francisco – vidente – faleceu às dez horas da noite do dia 4 de Abril corrente, vitimado por uma prolongada ralação de 5 meses da pneumónica, tendo recebido os sacramentos com grande lucidez e piedade. E confirmou que tinha visto uma Senhora na Cova da Iria e Valinho”. Os seus restos mortais foram exumados da sepultura em que se encontravam, no dia 17 de Fevereiro de 1952, e trasladados, no dia 13 de Março do mesmo ano, para a basílica de Fátima, onde ficaram sepultados no lado direito do transepto.
O seu processo de beatificação foi iniciado no dia 30 de Abril do mesmo ano de 1952, juntamente com o da sua irmã Jacinta. Mas só foi enviado para a Congregação para a Causa dos Santos, a 3 de Agosto de 1979. Foi aberto, a 20 de Dezembro desse ano. Em Abril de 1981, foi dado parecer positivo à possibilidade da prática de virtudes heróicas, por parte de crianças, e, por isso, poderem ser beatificadas e canonizadas crianças não-mártires. O decreto sobre as virtudes heróicas dos dois pastorinhos foi assinado pelo Papa João Paulo II, a 13 de Maio de 1989, sendo-lhe concedido o título de veneráveis.
O Papa João Paulo II, em Fátima, no dia 13 de Maio de 2000, beatificou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.
Padre Luciano Cristino
Santos desta semana
S. Fândila
É ou não importante ? Presumo que sim ...
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Notícia do Expresso
domingo, 8 de junho de 2008
Tens contrariedades ?
Diz, muito devagar, como que saboreando, esta oração forte e viril:
Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. Amén. Ámen.
Eu te asseguro que alcançarás a paz.
Josemaría Escrivá, Caminho, 691