Para Carlota e Hervé, o Advento é, não só um tempo para preparar o Natal, mas também ocasião de falar de Cristo aos filhos, amigos e colegas de trabalho.
Os cristãos vivem actualmente o tempo do Advento.
Pode-nos dizer como o vivem, concretamente na vossa família?
É uma ocasião para nós de cuidarmos melhor da oração em família – as orações da liturgia são tão belas durante o Advento, que é bastante fácil; os cânticos do Advento e de Natal também nos ajudam muito. Mandamos sempre as Boas Festas com uma imagem do Natal. Para os seus colaboradores profissionais (cuja maioria não é cristã) o Hervé, meu marido, fá-lo também de uma forma sistemática, rezando por cada um deles, escolhendo reproduções tão belas e eloquentes quanto possível. Resultado, muitas vezes encontra o cartão enviado na parede de um escritório porque é belo e diferente dos outros.
São do Opus Dei há mais de 20 anos. A vossa vocação altera a forma de viver este tempo do Advento?
Sim, porque São Josemaria ensinou-nos a entrar no Evangelho como um personagem mais. Gostamos muito de entrar em casa de Maria e José, procurar viver a esperança com a Santíssima Virgem, a fidelidade e o abandono com São José, a admiração com Santa Isabel. Isto não é teoria porque isso ajuda-nos a renovar o nosso amor, o nosso desejo de amar com actos, de partilhar com os filhos e com os nossos amigos a nossa esperança: «vale a pena esforçarmo-nos um pouco» porque Jesus nos vem salvar. E depois quando saímos de junto da Sagrada Família e ouvimos São João Baptista, percebemos também o apelo à conversão: cada dia um pequeno propósito para fazer melhor do que antes e avançar como os Magos, para o presépio; um propósito para sair de nós mesmos e servir. É também um bom momento para fazer «o apostolado dos sacramentos», sobretudo neste ano Paulino e sobretudo da confissão, com os filhos ou com os nossos amigos.
Os vossos filhos têm iniciativas ligadas a este tempo particular?
O ambiente familiar passa a ter uma nova dimensão?São Josemaria dizia que se não encontrássemos o Senhor na nossa vida corrente, não O encontraríamos nunca. Metem-se pelos olhos dentro os pormenores materiais do Presépio e da árvore de Natal; mas procuramos sempre ter em conta a dimensão sobrenatural, para nos ajudar a não esquecer a presença de Deus que vem, para nos ajudar a rezar (torna-se muito mais simples diante de um bonito presépio que apela ao silêncio e ao recolhimento), para nos lembrar que nos estamos a preparar para acolher o Salvador lutando concretamente contra o que nos separa d’Ele. Inclusivamente a preparação dos presentes pode ter esta dimensão; este ano vamos receber os nossos irmãos, irmãs, sobrinhos e sobrinhas, cerca de cinquenta pessoas; que fazer para os receber bem? Para que se sintam bem em nossa casa e possam viver em paz este tempo abençoado? Para lhes agradar? Para que aqueles para quem o Natal perdeu o sentido, compreendam que nos anima uma alegria e uma esperança profundas? Os nossos filhos mais velhos pretendem ir ajudar a servir a ceia de consoada no hospital e acompanhar idosos à Missa; um deles vai trabalhar para uma associação que promove a ajuda a crianças hospitalizadas. Nós sugerimos-lhes que dêem alguma coisa em concreto (dinheiro, um objecto de que gostem…), para os cristãos perseguidos, para um pobre, para uma criança. Propomos-lhes sempre várias possibilidades para lhes abrir horizontes. Assim, este ano vão fazer pequenos arranjos para ganhar algum dinheiro para depois o enviarem para um internato no Benin onde se encontram 24 órfãos entre 48 internados!"
Do site do Opus Dei
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